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A formiga e a cigarra – Um novo canto♫

Era uma vez…….

   Em uma grande colônia de formigas, todos os dias, a rotina era só uma, trabalho e mais trabalho, e todas as formigas trabalhavam contentes ao som do canto da cigarra.

    Seguiam seus passos, como exércitos em marcha, recolhendo folhas para o inverno, não havia descontentamento entre elas, trabalhavam de sol a sol.

 A cigarra para o deleito, cantava suas melodias preferidas, era o seu prazer, o que mais gostava de fazer.

   Assim seguiam suas vidas.

   Quando chegava o inverno, a cigarra sempre procurava abrigo na casa das formigas, não tinha onde ficar nem onde se alimentar.

   Com o passar do tempo, o formigão chefe começou a ficar incomodado com isso e foi ter com a rainha do formigueiro – disse à rainha:

– Olha, a cigarra só canta, não trabalha e quando chega o inverno vem se acomodar aqui e come da nossa comida.

   A rainha então mandou o formigão ter-se com a cigarra sobre o assunto –  mas ela retrucou: Mas só sei cantar, e continuou cantando e chegou o inverno novamente a cigarra foi procura ajuda junto as formigas.

   O formigão chefe, irritado, não quis dar-lhe acolhida,  mas, a cigarra implorou.

   Então ele disse a ela que seria a ultima vez, e que se quisesse a ajuda das formigas teria que trabalhar com elas.

   A cigarra ficou bem triste com o fato, mas aceitou. Eis que uma nova fase começa em sua vida, era hora de trabalhar, colher junto com a s formigas as folhas pra o próximo inverno. E assim foi, meio sem jeito, a seu modo, a cigarra ia colhendo folhas, triste por não poder cantar, trabalhava dia a dia.

   Quando chegou o inverno, era hora de se recolher e esperar o frio passar.

   Naquele inverno, ao fazer o balanço de tudo que tinha, percebeu que a colheita não tinha sido muito boa, a rainha até estranhou, até porque contava com a ajuda da cigarra. Bem, assim seguia a vida.

    Terminou o inverno e tudo começa novamente, porem um agravante aconteceu, as formigas começaram a reclamar do trabalho, que estavam cansadas, do calor, o chefe formigão estranhou, isso nunca havia acontecido.

   Chegou novamente o inverno, naquele ano foi difícil, a colheita foi a pior de todos os tempos, e pela primeira vez, faltou alimento.

   A rainha do formigueiro foi ter com o formigão chefe e ele disse não saber o motivo, apenas que as formigas estavam revoltadas.

   Então a rainha chamou dois dos seus mensageiros e enviou-os para uma longíqua montanha, onde vivia o ancião “mestre formigão”, que sabia de tudo, não havia nada que acontecesse que não ficasse sabendo, era o conselheiro de todo o reino das formigas.

   Quando chegaram onde morava o ancião, expuseram a ele todo o problema, e ele por sua vez, abaixou a cabeça, pensou, disse:

   Digam à sua rainha que: quando a cigarra cantava, seu canto alegrava o dia das formigas, por isso elas não sentiam-se cansadas, nem reparavam no esforço que faziam, e elas produziam e sentiam-se motivadas. Quando a cigarra parou de cantar, o encanto, a alegria se foi, e sobrou apenas o cansaço, a desarmonia.

   Ao retornarem a seu reino, os mensageiros foram comunicar a rainha o que o mestre ancião havia dito.

   Quando chegou a nova jornada de trabalho, a rainha decretou que a cigarra estava livre do que lhe foi imposto, que ela podia novamente voltar a cantar, e que quando o inverno chegasse, ela teria onde se acolher, a casa das formigas.

   E assim aconteceu, naquele ano a colheita foi a mais produtivas de todas, assim para as formigas, um novo tempo, para a cigarra, um novo canto. Formigas e cigarra viveram felizes para sempre.

José Benedito

 (texto adaptado do original de Lá Fontaine)

 
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Publicado por em 28/02/2012 em contos